Desgraça ao Seu Dispor - Resenha Doramística!

Desgraça ao Seu Dispor - Resenha Doramística!

Bem vindos a nossa primeira Resenha Doramística! Aqui, eu pretendo unir alguns dos meus hiperfocos, Doramas, Física Quântica e Saúde Mental! E isso é super possível, pois Doramas são expansão de consciência. Por isso, que eu me apaixonei e virei orgulhosamente Dorameira.

Para estrear nossa resenha com chave de ouro, o Dorama escolhido foi "Desgraça ao Seu Dispor". Apesar do nome soar estranho, a mensagem dessa série é profunda e transformadora, de uma forma positiva.

Vamos juntos decifrar o que a Centelha Divina do autor desse K-drama quis nos transmitir? Espero que a minha Centelha também me ajude nessa tarefa mais do que especial. 💖


Desgraça ao Seu Dispor: 

A série coreana, Desgraça ao Seu Dispor, pode ser assistida através da plataforma Netflix.

Sinopse: Uma mulher com pouco tempo de vida e um homem com o superpoder de destruir o mundo, descobrem o significado do amor.

Criação: Kwon Young-il, Yu Je-won, Im Me-ah-ri

Elenco: Park Bo-young, Seo In-guk, Lee Soo-hyuk, Kang Tae-oh, Shin Do-hyun

Gênero: Drama, Romance, Fantasia, Coreanos


Alexitimia, ao Seu Dispor!

A história toda começa, quando a jovem Tak Dong-gyeong descobre que tem pouco tempo de vida, devido a um tumor no cérebro. Já percebemos na primeira cena, que a protagonista costuma reprimir seus sentimentos, pois a reação dela é aparentemente de apatia.

Esse tipo de atitude, pode aparentar que a pessoa é forte ou sem sentimentos. Porém, a dificuldade em reconhecer, expressar e lidar com emoções (próprias ou alheias) pode se tratar de uma condição mental chamada Alexitimia. Esse fato me chamou bastante atenção, já que a Alexitimia é uma comorbidade comum no autismo. Aproveito para salientar, que a condição não tem a ver com falta de empatia.

Ao longo da trama, descobrimos que a personagem aprendeu a segurar as lágrimas, ao passar por uma situação traumática na infância. Tak Dong-gyeong, perde os pais em um acidente, enquanto está sozinha em casa com o irmão mais novo. Para piorar a situação, ela recebe a notícia por telefone, sem um adulto para oferecer suporte emocional. O evento foi um grande choque psicológico. Tudo isso, a fez se desconectar da realidade e reprimir seus sentimentos. Aparentemente, o intuito da repressão emocional, foi a necessidade de um amadurecimento precoce.

A Alexitimia pode surgir por uma exigência de força incompatível com a realidade da pessoa. Quando nos cobramos uma força que não temos. Aí acontece o perigoso Mascaramento Social inconsciente.

De tanto reprimir nossas dores e sentimentos, acabamos desrespeitando o corpo. Como consequência, o alerta vem em forma de problemas de saúde. Com a protagonista não foi diferente. Quando Dong-gyong fala que descobriu onde suas lágrimas não expressadas foram parar, entendemos o motivo da sua doença. Podemos dizer, que essa é a primeira lição de vida do drama romântico.


Cadê o Romance?

Calma, que apesar do nome esse seriado não é só desgraça! Na verdade, tem uma Desgraça que é cheia de graça e deixa tudo mais interessante. Não fique com preconceito, pois o senhor Desgraça/Fim não é tão malvado não. Deus também tem papel na série, e aparece na forma de uma menina hospitalizada. Deus explica, que criou o Fim para o princípio poder existir. (Não com essas mesmas palavras, foi tipo algo assim.)

Tak Dong-gyeong passa por um dia daqueles, em que a gente quer mandar todo mundo longe. Nesse dia, ela observa estrelas cadentes e deseja fortemente que o mundo acabe.

Então, mais tarde o senhor Desgraça bate a porta da sortuda sem sorte, querendo realizar o desejo dela. Apenas por uma questão de interesses, já que era o desejo dele também. Enfim, o trabalho do moço é acabar com as coisas. Porém, a protagonista fica meio indecisa né, pois ela pediu aquilo em um momento de impulsividade. (Nós TDAHs entendemos a prota.)

Aí como a moça só tem 100 dias de vida mesmo, a Desgraça oferece um acordo para ela não desistir de pôr fim no mundo. O prêmio seria mais um desejo extra, além de 100 dias sem dor. Pra recarregar, a azarenta sortuda tem que pegar na mãozinha dele todo dia. Bom, só que o seu Graçinha não conta que se a protagonista desistir, a pessoa que ela mais ama morre em seu lugar.

Depois de refletir sobre tudo, Tak Dong-gyeong tem a idéia genial de tentar amar a Desgraça. Assim, ela poderia viver e ele morreria em seu lugar. Depois, o Desgraça que é o desgraçador. (Nesse momento, eu fiquei bem decepcionada com a prota. Até me dar conta que ela queria bondosamente salvar o mundo. Só pra vocês terem ideia da seduzência do moço.)


A Parte Quântica da Coisa

A Desgraça apresenta-se utilizado a expressão "O Alfa e o Ômega, o princípio e o fim". Essa é uma frase bíblica que se refere a Deus. Mas como assim, um ser de certa forma "negativo" apresenta-se como parte de Deus? Bom, simplesmente porque Deus é tudo o que existe.

Também temos uma personagem fazendo o papel de Deusa daquele universo específico. Curiosamente, essa personagem é uma garota hospitalizada com os dias contados.

Podemos interpretar da seguinte forma: Deus é o tudo e o nada, para deixar de ser o nada e experienciar a existência, Deus (o Todo) se cria como humanidade. A menina hospitalizada, que é Deus naquele mundo, representa o começo da experiência. Já, o personagem chamado de Desgraça, representa o Fim.

Qual a mensagem da coisa? Deus (a Fonte Criadora) é eterno, o que é transitório, são as experiências que ele vive através de nós humanos. Por isso, a representação dele como alguém prestes a partir. A Desgraça, é feita da mesma substância que Deus, e não é necessáriamente algo ruim. No livro O Caibalion, aprendemos que a experiência humana só é possível por causa da existência das polaridades. Não podemos saber o que é o amor, se não conhecermos o oposto. O pêndulo da vida, faz com que tudo se movimente, alternando entre o positivo e o negativo.

É possível perceber que o autor se inspira na Filosofia Hermética de O Caibalion através de algumas analogias feitas durante a trama. Vou colocar aqui abaixo o que anotei para a gente refletir:

- A vida é um toma lá da cá. Tudo o que você ganhou na vida, é fruto do que já perdeu.

- Não há primavera sem inverno, não há luz sem escuridão. Não há nascimento sem a morte.

- O amor começa quando se perdoa alguém. Para perdoar, primeiro precisamos odiar.


Deus, como a forma de gerente daquele mundo, só podia estar ali devido a existência da Desgraça (o Fim). Deus na série, aceita experienciar o fim de forma passiva, pois seu desejo é ver o amor florecer.

Em outro momento da trama, o moço menciona o apego dos humanos ao dinheiro, e pergunta porque a protagonista não utiliza o desejo para pedir dinheiro. Ela responde que deseja fazer algo bom antes de partir. A resposta diferente da Tak Dong-gyeong, nos mostra o papel da Desgraça. Se não fosse a desgraça para impulsionar a ação, o amor, a união e a compaixão, os humanos viveriam inertes. A humanidade se preocuparia apenas em sobreviver e ganhar dinheiro.


Qual a Lição de Vida do Dorama?

A mensagem do autor, é que tudo na vida tem um propósito. Que coisas que pensamos ser ruins precisam existir para nos impulsionar ao crescimento e aprendizado. Também nos mostra, que o Fim não é algo a se temer. Que Deus, o Todo, só morre quando se experiencia como nós humanos. Sem a morte, nossa Centelha Divina não poderia construir outras consciências. E claro, a mensagem principal é aproveitar o momento presente com o que realmente importa, o amor.

Podemos captar uma boa Dica Quântica dessa história. Por quê a solução dos problemas da protagonista era Amar a Desgraça? Vendo pela perspectiva da Lei da Atração, ao aceitar as partes negativas da vida e focar no aprendizado, a Desgraça se transforma em amor e deixa de se manifestar. Essa é a tal da falha no sistema, que Deus menciona no Dorama. A transmutação mental, é o hack da vida, que nos permite fugir da Lei do Pêndulo(Olha o Caibalion aqui de novo, duplamente e lindamente.)

Eu poderia escrever uns 10 artigos sobre essa série, mas uma hora eu tenho que parar de tagarelar. Como é uma resenha, não vou dar spoiler do fim.

Espero que tenham gostado da nossa primeira Resenha Doramística! Até as próximas! 💖

*Não resisti e voltei aqui após assistir tudo. Deixa eu tagarelar mais um pouquinho!

Talvez por ouvir falar tão bem, eu tenha criado expectativas meio exageradas. Não achei tudo aquilo de maravilhoso que eu pensava que seria. Eu gostei, mas não se tornou um k-drama da minha lista de doramas de conforto. Mas não sei se dá para me ter como parâmetro, pois eu tenho um tédio aleatório bem esquisito.

Deu vontade de voltar aqui, para falar de um detalhe que achei muito interessante. Cada pessoa que via o personagem Desgraça, dizia que ele tinha uma fisionomia diferente. Algumas pessoas diziam ser baixo, outras alto. Alguns, o consideravam jovem, enquanto outros o achavam velho. Até a beleza dele variava de pessoa para pessoa.

A única que via a Desgraça com a aparência real, era a protagonista. Penso que devido a Alexitimia, ela não interpretava o mundo de uma forma muito sentimental. Por isso, os dois protagonistas foram feitos um para o outro.

A lição que podemos tirar disso, é que nossos problemas/desgraças têm o tamanho e o significado que damos a eles. Por exemplo: um acontecimento considerado ruim para alguém, pode parecer uma oportunidade no ponto de vista de outra pessoa.

A proposta, é observar o mundo com um pouquinho mais de leveza. Mas cuidado, não vale reprimir sentimentos! Já aprendemos o que a Alexitimia causou na prota!

Eu não posso contar o final, mas acredito que dá para imaginar o que os dois aprenderam juntos... (Gente, só agora depois da análise, percebi que talvez tenha gostado mais do que pensei. Fiquei indecisa.)

Assistam, pois vale a pena! Compartilha a dica com as Doramigas! 🙏


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