Louca, Interrompida - Desconstruindo para Reconstruir

Louca, Interrompida - Desconstruindo para Reconstruir

Quando pedi para Deus me contar a verdade sobre tudo, eu não sabia o quanto eu ia me desconstruir. (Na verdade eu briguei com ele e exigi satisfações, mas assim ficou mais bonito.) É como se eu tivesse passado quase uma vida inteira, me esforçando para ser uma Camilla que nem era eu de verdade.

Agora consigo perceber duas de mim. Uma Camilla que se esconde, que tenta não aparecer muito para não ser julgada, e outra bem doidinha que até é meio impulsiva. (Vim do futuro contar que não sou bipolar. Era "só" meu lado TEA com fobia social, revezando com meu lado hiperatitivo do TDAH mesmo.)

Minha médica psiquiatra, que também é autista, está me ajudando a me reencontrar. Ela é uma cocriação maravilhosa e um presente de Deus, que irei contar em outro artigo só sobre isso. Viu, nós autistas podemos ser o que quisermos...

Voltando ao assunto principal, essa Camilla Doidinha não é muito equilibrada, mas é a Camilla que ficou sufocada por 35 anos, e eu escolho deixar ela se expressar agora.

Tem dia que acordo e parece que tudo é possível, aí no dia seguinte fico meio depressiva e tentando voltar a ser a Camilla super poderosa. Tem dia que acho meu blog incrível, e outros que tenho vergonha alheia de mim mesma quando tava do outro jeito. (Se é que uma coisa dessas é possível, mas é o que sinto, então sou prova viva desse tipo de vergonha inovador.) Mas eu decidi que não importa como eu acorde no dia seguinte, eu sei quem Eu Sou. Não sou nenhuma dessas personagens humanas. Se a Camilla triste estiver no controle, tudo bem. Sei que agora eu tenho minha Centelha Divina cuidando de mim.

Uma afirmação que tem me ajudado bastante é essa: Independente de como estou me sentindo e do que está acontecendo, eu sei quem Eu Sou, e só crio o que for compatível com a minha presença! (Eu crio minhas próprias afirmações. Entendedores de Saint Germain entenderão.) É só relembrar que sou Deuzinha (todos somos Deuzinhos) que a Camilla mais alegre volta a respirar.

Sabe, eu sempre achei que tinha algo errado no meu mundo. Eu vivi uma vida entre pessoas com problemas psicológicos (pois todos temos), que fizeram eu acreditar que a única com problemas era eu. Mas nem como "louca" eu podia viver, eu tinha que conseguir ser normal. E como tentar ser normal cansa, acaba com as minhas energias.

Voltando a contar sobre meu processo de ascensão. Eu tinha o hiperfoco na espiritualidade e lei da atração. Mas ao mesmo tempo, uma parte minha não combinava com o que eu sonhava. Eu tinha muita mágoa no coração e culpava tudo e todos pela minha ansiedade social. É, eu era um "bichinho do mato" como falavam. E as vezes era a Camilla no mundo da lua. (Gente indecisa.) Por isso, ao menos consegui um diagnóstico de síndrome do pânico, que hora ou outra diziam ser fobia social. Os médicos mudavam meu diagnóstico de um jeito bem aleatório. Mais doidos que eu, só rindo mesmo pra não chorar.

O problema, é que eu também me culpava por ser uma pessoa má que não conseguia perdoar direito. Imagina que bagunça. Por isso, Deus precisou me contar sobre o Autismo, e isso foi tão importante pro meu despertar. Pra mim isso não significou uma doença, e sim uma cura.

Quando eu exigi respostas, começaram a surgir para mim coisas sobre Autismo e ascensão espiritual. Mas meu ego ignorou a parte do Autismo, e quando comecei o processo de ascensão sofri muito. Tinha parado com os meus remédios pois algumas pessoas diziam que eu não precisava deles. Não posso culpar ninguém, pois eu também achava que devia me curar sozinha já que sou espiritualizada.

Eu comecei a mexer em uma ferida aberta sem nada para anestesiar nem estancar o sangue. (Lá vem eu com as comparações malucas.) E a culpa por ter começado do jeito errado foi só minha. Acabei ficando mais sensível do que já estava e meu Autismo começou a ficar mais evidente. Meu sensorial piorou, o TDAH ficou demais. Eu não conseguia mais me sentir confortável dentro do meu corpo e nem fazer as tarefas mais simples. Sabe, as vezes eu não queria necessariamente morrer, mas tirar folga desse corpo não parecia má ideia. Uma vez, brevemente, cheguei a pensar em ir para Suíça fazer eutanásia. (Mas aí fiquei ainda mais deprê. Porque, como eu ia ir pra Suíça? Não gosto de ir nem na farmácia sozinha. E com que dinheiro?) Quem mandou eu assistir "Pousando no Amor" e "Como Eu Era Antes de Você". Falando nisso, meu jeito de vestir é parecido com o da personagem Louisa Clark, amo!

Voltando... (Se acostumem com as deslizadas na maionese.) Depois que meu Autismo praticamente gritou por socorro, eu fui obrigada a observar aquilo que a Centelha já estava tentando me contar há anos. Sim, há anos.

No próximo post, eu vou tentar contar em um formato mais organizado como uma história. Eu acabo tagarelando muito, e no fim não conto tudo que queria contar. Mas tudo bem, a ideia é me aceitar assim mesmo. Até o próximo artigo!



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